“Devem os magistrados e as pessoas residentes nas cidades repousar, e todas as oficinas ser fechadas no venerável dia do sol” [1] . Esse decreto para o repouso no dia de domingo foi promulgado no dia 7 de março pelo Imperador Romano Constantino no ano de 321 A.D.
A Bíblia tem uma lei onde o dia de sábado figura como o dia de repouso: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.” (Êxodo 20:8).
Pode um decreto feito por algum poder humano alterar a Lei de Deus? Será que o sábado foi anulado com a vinda de Cristo? Por que a maioria dos cristãos guarda o domingo? Quem mudou o dia de guarda?
O Catecismo do Rev. Peter Geiermann [2] recebeu a bênção do Papa Pio X, e sobre a mudança do sábado ele diz o seguinte:
“Pergunta: Qual é o dia de repouso?
“Resposta: O dia de repouso é o sábado.
“Pergunta: Por que observamos o domingo em lugar do sábado?
“Resposta: Observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica, no Concílio de Laodicéia (336 A.D.), transferiu a solenidade do sábado para o domingo”. (2ª ed. Pág. 50)
Em outro livro Católico (The Catholic Press de Sydney) novamente a mudança é atribuída à própria igreja:
“O domingo é uma instituição católica e a reivindicação à sua observância só pode ser defendida nos princípios católicos.
“Do princípio ao fim das Escrituras não há uma única passagem que autorize a transferência do culto público semanal do último dia da semana para o primeiro” [3] .
Um dos motivos que desencadeou esta mudança na lei de Deus foi a aversão aos judeus e ao dia que os identificavam, o sábado, como conseqüência (Jesus, Paulo e os discípulos eram Judeus, isso revela que o cristianismo não é contrário ao judaísmo). O desejo de conquistar pagãos adoradores do sol (o dia de identificação deles era o domingo) foi outra razão da alteração do dia de guarda na Igreja Católica.
Note o que foi escrito por Vincent Ryan na sua obra O Domingo (Esse livro Católico é recente e fala da história, espiritualidade e celebração do Domingo):
“Domingo. À primeira vista, Sunday [Sun-dia Day-sol], o nome inglês do domingo, não parece ter significado cristão. De fato, a palavra inglesa é de origem pagã, uma lembrança do culto ao sol no mundo antigo. Entre os romanos, esse era o dies solis, o dia consagrado ao deus-sol” [4] .
Numa outra obra intitulada Doutrina Católica, vemos o domingo inserido como sendo o terceiro mandamento da Lei de Deus: “Guardar os Domingos e Festas” [5] . É interessante que o texto usado como base é o mesmo texto de Êxodo 20, onde o sábado aparece como o quarto mandamento [6] .
Em resposta a um boletim escrito por um protestante atacando as doutrinas Católicas, o Pe. Júlio Maria é feliz quando refuta a questão do dia de guarda:
“O boletim protestante diz: Guardamos o Domingo. Mas, como é isso, caro protestante? Isto é romano! Mostre-me onde está na Bíblia o preceito de guardar o Domingo?... Aqui os sabatistas têm razão contra as outras seitas: o Sábado é o dia do senhor! (Êx. 20:10). Santificai o dia do Sábado (Jr. 17:22). Guardai o meu Sábado, diz o Senhor (Êx. 31:14). Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado (Jó. 9:16).
“Eis o que é bem claro e positivo. Em parte nenhuma figura o Domingo como o dia do Senhor. Como é que um protestante zeloso, cioso de observar todos os preceitos da Bíblia, desobedece tão formalmente?
“Olhe caro amigo, isto faz até duvidar do seu protestantismo!...
“Nós, católicos romanos, guardamos o Domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe da nossa Igreja, que preceituou tal ordem do Sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento.
“O amigo está se afastando do protestantismo e virando católico. Meus parabéns!” [7]
Em resposta aos ataques doutrinários feitos por um protestante, de forma escrita, o Pe. Júlio Maria defende a doutrina católica. Apesar de tudo o que ele escreveu ser algo notável, muitos que se dizem cristãos não guardam o Sábado, e desta forma, estão seguindo um decreto Católico.
No dia 16 de outubro de 2002, a Revista Veja, págs 11 a 15, publicou uma entrevista com o Pe. John McCloskey. Esse padre se tornou famoso por converter protestantes nos Estados Unidos, e uma de suas declarações acabou como título do artigo: “A Igreja não vai mudar”. É interessante que o padre enfatiza o poder da igreja Católica, como legisladora de doutrinas e teses: “Quem acredita tem de se entregar totalmente às teses da Igreja”, declarou o padre.
A igreja Católica não mudou e não vai mudar, são os protestantes que estão mudando, e retornando para o local de onde vieram: a igreja de Roma. Se Martinho Lutero ressuscitasse hoje ficaria decepcionado de ver todo seu esforço deitado por terra na maioria das igrejas cristãs. A reforma iniciada por ele ficou em muitas denominações estagnada. Seu objetivo era voltar a ter “Somente a Escritura” como base de fé e doutrinas, e seu trabalho deveria ser levado a diante em outros pontos doutrinários, como o dia de guarda.
Você não precisa ser teólogo para compreender os textos abaixo, mas se compreendê-los, vai acabar se tornando um reformador como Lutero:
Êxodo 31:16 “Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações”.
Êxodo 31:18 “E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. (Os Dez Mandamentos não foram escritos por Moisés, mas pelo Próprio Deus).
Salmos 111:7 e 8 “As obras de suas mãos são verdade e justiça; fiéis, todos os seus preceitos. Estáveis são eles para todo o sempre, instituídos em fidelidade e retidão”.
Mateus 5:17 a 19: Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus”. (Jesus não veio mudar a lei, por isso, ela não foi cravada na cruz, como é dito por aí).
Lucas 4:16 “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler”. (Jesus tinha o costume de ir adorar no sábado)
Atos 17:2 “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras”.
Atos 18:4 “E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos”.
Atos 25:8 “Paulo, porém, defendendo-se, proferiu as seguintes palavras: Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César”.
(Paulo além de adorar e pregar no sábado como Jesus, ele afirma não ser transgressor).
Tiago 2:10 “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos”. (Não adianta guardar nove mandamentos).
Danie7:25 “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo”. (A Bíblia já antecipava que a Lei de Deus seria mudada pelo poder do mal).
A Igreja Católica, quando coloca a autoridade final na própria igreja e não na Bíblia, é coerente ao guardar o domingo, pois se julgam na autoridade de mudar a Lei de Deus. Por outro lado muitos afirmam crer que a Bíblia é autoridade final e guardam o domingo, isso é incoerência.
Deus nos dá a liberdade para escolher a quem e o que seguir. Espero que sua escolha seja coerente, e se sua base for a Bíblia, tenho certeza que o Senhor ficará muito feliz.
Por: Pr. Yuri Ravem G. V. E Paiva
MAS PORQUE O SÁBADO?
Está comprovado que cada pessoa tem necessidade de um descanso semanal. É por isso que a maioria descansa um dia na semana (normalmente o Domingo), ou como alguns pastores, na segunda-feira.
O descanso sabático não é meramente descanso físico. Deus não se cansou por criar o mundo em seis dias! A palavra “descansou” (Gên. 2:2) no original tem a mesma raiz da palavra Sábado, ou seja, poderia ser traduzida de forma literal por “sabadeou”. Isso significa que guardar o Sábado é muito mais que repouso físico, é honrá-lo como memorial da criação de Deus, reconhecendo a Ele como Criador e Mantenedor.
É por isso que Deus não nos pediu um dia em sete dias, Ele pediu o Sábado. Não é um princípio, mas algo determinado! Poderia ser a segunda-feira? Se Deus a tivesse escolhido, sim, mas Ele escolheu o Sábado. Guardando o dia escolhido por Deus, você reconhece a soberania do Criador, se mostra obediente e submisso à Sua vontade.
Ninguém nega que no dia 7 de março de 321, o imperador Constantino promulgou uma lei que assim reza:
"Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atentam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo Céu." - Codex Justinianus, lib. 13 it. 12, par. 2 (3).
Este acontecimento influiu decisivamente para transformar o "festival da ressurreição" num autêntico "dia de guarda" no império romano.
Muitos, visando fazer confusão, procuram dar sentido tendencioso ao histórico decreto, ao mesmo tempo que propalam ser ensino nosso que a instituição dominical fora criada pelo imperador. Nada mais falso. Equivocam-se grandemente os que afirmam ser ensino adventista que o domingo foi instituído por Constantino e por um determinado papa. Jamais ensinamos que Constantino fosse o autor do domingo, mas sim que, na esfera civil, deu o passo para que se tornasse dia de guarda, promulgando a primeira lei nesse sentido, coroando assim a gradual implantação do domingo na igreja e no mundo.
Contudo, dizer que muito antes de Constantino os cristãos guardavam o domingo é afirmação temerária, destituída de veracidade histórica. Os testemunhos que citam nada provam em favor da observância já estabelecida do primeiro dia da semana como dia de culto cristão. Não merecem inteira fé, por serem duvidosos, falíveis e incongruentes. Não invocam seguer um testemunho bíblico ou histórico exato, incontraditável, irrecorrível. Não podem fazê-lo. O máximo que se poderia afirmar é que, antes de Constantino, boa parte dos cristãos, já em plena fermentação da apostasia gradual, reuniam-se de manhã no primeiro dia da semana, para o "festival da ressurreição", e depois voltavam aos trabalhos costumeiros. Nada de guarda, observância ou santificação do dia. Isso ninguém jamais provará.
Por isso citam o edito dominical de Constantino. Citam-no para dar-lhe uma interpretação distorcida, às avessas. Inventam que o edito destinava-se a favorecer os cristãos. Não se dirigiam aos pagãos. Concordamos que o imperador tinha em mira agradar aos cristãos de seus dias, porém para conciliá-los com a observância do dia do Sol, que os pagãos observavam. Mero jogo político.
Confusões e Contradições
Afirmam: "Era um edito para favorecer particularmente os cristãos..." - Vamos analisar esta afirmativa. Notemos o seguinte: se a observância dominical, pelos cristãos, já era fato líquido e certo, não careciam eles de leis seculares para os favorecer. E prossegue: "[o edito] não foi feito para agradar os pagãos". - Não foi mesmo porquanto os pagãos não precisam de leis que lhes ordenassem guardar o "dia do Sol", considerando que o mitraísmo era religião dominante no Império, sendo o próprio Constantino mitraísta. Diz a história que ele era adorador do Sol que se "converteu" ao cristianismo. Isso lança luz nas verdadeiras intenções do edito.
Mas agora surge a confissão interessante: "O edito era dirigido aos pagãos e por isso empregou-se a expressão dia do Sol em vez de dia do Senhor." (Digamos, entre parênteses, que há aqui um equívoco, pois o edito era dirigido a todos, moradores das cidades e dos campos indiscriminadamente. Os pagãos sem dúvida, constituíam a imensa maioria). Voltaríamos a insistir:
Por que empregou Constantino a expressão "dia do Sol"?
A resposta será dada pelos nossos acusadores: Dizem: "Está provado, por homens abalizados, que esses [os pagãos] jamais guardaram esse dia [o primeiro dia da semana]." Os oponentes afirmam candidamente que os pagãos jamais em tempo algum observaram o primeiro dia da semana. Prestaram os leitores atenção? Pois bem. Leiam agora esta outra declaração na mesma página e no mesmo parágrafo, a respeito do edito de Constantino: "Era dirigido aos pagãos" por isso Constantino "usou a expressão dia do Sol para que pudessem [eles, os pagãos] compreendê-lo bem." Aí esta a confirmação. E insistimos:
Por que os pagãos compreenderiam bem a expressão "dia do Sol" em vez de "dia do Senhor"? Por quê? Insistimos, por quê? A resposta é uma só:
Porque guardavam o dia do Sol. Era o dia de guarda do mitraísmo, religião professada pelo próprio Constantino. Por essa contradição se pode ver a insegurança dos que sustentam a guarda do primeiro dia da semana.
A. T. Jones, assevera que "a primeira lei feita sobre o domingo, foi feita a pedido da igreja." E cremos que o foi realmente, mas a pedido... de qual igreja? A pedido da igreja semi-apostatada, igreja que já levava inovações do paganismo, igreja conluiada com o Estado, igreja já desfigurada, que então usava velas, altares, praticava o monasticismo, borrifava água benta, impunha penitência, o sinal da cruz, e até ordens sacerdotais. Esta a igreja que solicitou o edito de Constantino. Esta a igreja que algumas décadas a seguir, num concílio, decretou a abstenção do trabalho no domingo e quis impedir a observância do sábado, no concílio de Laodicéia. Se A. T. Jones e os demais aceitam essa igreja como expressão do verdadeiro cristianismo, contentem-se. É direito dos senhores. Nós não aceitamos. Não nos conformamos, e continuamos a insistir na tese da origem pagã da observância dominical. Temos a História a nosso favor. Temos os fatos que depõem em abono de nossa mensagem. A verdade não precisa de notas forçadas para sobreviver. Impõe-se por si.
E agora, a nuvem de testemunhas. O nosso ponto de vista vai ser confirmado exuberantemente, por depoimentos da mais alta idoneidade. Vejamos o que dizem os eruditos, os enciclopedistas e os historiadores: Ei-los:
"O mais antigo reconhecimento da observância do domingo, como um dever legal, é uma constituição de Constantino em 321 d.C., decretando que todos os tribunais de justiça, habitantes das cidades e oficiais deviam repousar no domingo (venerabili die Solis), com uma exceção em favor dos que se ocupam do trabalho agrícola." - Enciclopédia Britânica, art. "Sunday."
Note-se a expressão "mais antigo reconhecimento", que prova não ser então líquida e certa a observância dominical. Antes disso não o era certamente.
"Constantino, o Grande, baixou uma lei para todo o império (321 d.C.) para que o domingo fosse guardado como dia de repouso em todas as cidades e vilas; mas permitia que o povo do campo seguisse seu trabalho." - Enciclopédia Americana, art. "Sabbath."
Esse primeiro dia era o "dia solar" dos pagãos, que já o guardavam. Pelo decreto, o dia devia ser por todos (inclusive os cristãos) "guardado como dia de repouso" em todas as cidades e vilas. Muito claro.
"Inquestionavelmente, a primeira lei, tanto eclesiástica como civil, pela qual a observância sabática daquele dia se sabe ter sido ordenada, é o edito de Constantino em 321 d. C." - Chamber, Enciclopédia, art. "Sabbath."
Notemos que Chamber diz ser a lei também eclesiástica. Por quê? Devido à fusão com o cristianismo, à influência religiosa, e à habilidade de estadista que quer agradar a gregos e troianos. Dessa forma o incipiente "festival da ressurreição" das manhãs do primeiro dia da semana se fundiria com o dia solar do pagão do mitraísmo, e não haveria descontentes. Constantino atingiu seus objetivos.
A influência da igreja semi-apostada na elaboração do decreto é evidente. Eusébio, contemporâneo, amigo e apologista de Constantino escreveu: "Todas as coisas que era dever fazer no sábado, estas nós as transferimos para o dia do Senhor." - Eusébio, Commentary on the Psalms.
Essa expressão "nós transferimos..." é sintomática, e prova que esse dia de guarda é invenção humana, puramente humana, de procedência pagã, de um paganismo já unida com o cristianismo desfigurado da época.
"Os cristãos trocaram o sábado pelo domingo. Constantino, em 321, determinou a observância rigorosa do descanso dominical, exceto para os trabalhos agrícolas... Em 425 proibiram-se as representações teatrais [nesse dia] e no século VIII aplicaram-se ao domingo todas as proibições do sábado judaico." - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, art. "Domingo."
O grande historiador Cardeal Gibbon, com sua incontestada autoridade assevera o seguinte: "O Sol era festejado universalmente como o invencível guia e protetor de Constantino. ... Constantino averbou de Dies Solis (dia do Sol) o 'dia do Senhor' - um nome que não podia ofender os ouvidos de seus súditos pagãos." - The History of the Decline and Fall of the Roman Empire, cap. 20 §§ 2.º, 3.º (Vol. 2, págs. 429 e 430).
Ainda sobre o significado do célebre edito diz-nos o insuspeito Pastor Ellicott: "Para se entender plenamente as provisões deste edito, deve-se tomar em consideração a atitude peculiar de Constantino. Ele não se achava livre de todo o vestígio da superstição pagã. É fora de dúvida que, antes de sua conversão, se havia devotado especialmente ao culto de Apolo, o deus-Sol... O problema que surgiu diante dele era legislar em favor da nova fé, de tal modo a não parecer totalmente incoerente com suas práticas antigas, e não entrar em conflito com o preconceito de seus súditos pagãos. Estes fatos explicam as particularidades deste decreto. Ele denomina o dia santo, não de dia do Senhor, mas de "dia do Sol" - a designação pagã, e assim já o identifica com o seu antigo culto a Apolo." - Pastor George Ellicott, The Abiding Sabbath, pág. 1884.
Se isto não basta, temos ainda o insuspeito Dr. Talbot. Só citamos autores não adventistas. Ei-lo:
"O imperador Constantino, antes de sua conversão, reverenciava todos os deuses (pagãos) como tendo poderes misteriosos, especialmente Apolo, o deus do Sol, ao qual, no ano 308, ele [Constantino] conferiu dádivas riquíssimas; e quando se tornou monoteísta, o deus a qual adorava era - segundo nos informa Uhlhorn - antes o "Sol inconquistável" e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E na verdade quando ele impôs a observância do dia do Senhor (domingo) não o fez sob o nome de sabbatum ou dies domini, mas sob o título antigo, astrológico e pagão de Dies Solis, de modo que a lei era aplicável tanto aos adoradores de Apolo e Mitra como aos cristãos." - Dr. Talbot W. Chamber, Old Testament Student, Janeiro de 1886.
Isto é confirmado por Stanley, que diz: "A conservação do antigo nome pagão de "Dies Solis" ou "Sunday" (dia do Sol) para a festa semanal cristã é, em grande parte, devida à união dos sentimentos pagão e cristão, pelo qual foi o primeiro dia da semana imposto por Constantino aos seus súditos - tanto pagãos como cristãos - como o "venerável dia do Sol"... Foi com esta maneira habilidosa que conseguiu harmonizar as religiões discordantes do império, unindo-as sob uma constituição comum." - Deão Stanley, Lectures on The History on the Eastern Church, conferência n.º 6, pág. 184.
Comentada a chamada "conversão" de Constantino, escreve o erudito Bispo Arthur Cleveland Coxe: "Foi uma conversão política, e como tal foi aceita, e Constantino foi pagão até quase morrer. E quanto ao seu arrependimento final, abstenho-me de julgar." - Elucidation 2, of "Tertullian Against Marcion," book 4.
Comentando as cerimônias pagãs relacionadas com a dedicação de Constantinopla (cidade de Constantino), diz o autorizado Milman: "Numa parte da cidade se colocou a estátua de Pitian, noutra a divindade Smintia. Em outra parte, na trípode de Delfos, as três serpentes representando Piton. E sobre um alto triângulo, o famoso pilar de pórfiro, uma imagem na qual Constantino teve o atrevimento de misturar os atributos do Sol, com os de Cristo e de si mesmo... Seria o paganismo aproximando-se do cristianismo, ou o cristianismo degerando-se em paganismo? - History of Christianity, book 3, chap. 3.
Outro testemunho interessante é o de Eusébio: "Ele [Constantino] impôs a todos os súditos do império romano a observância do dia do Senhor como um dia de repouso, e também para que fosse honrado o dia que se segue ao sábado." - Life of Constantine, book 4, chap. 18.
Uma fonte evangélica: "Quando os antigos pais da igreja falam do dia do Senhor, às vezes, talvez por comparação, eles o ligam ao sábado; porém jamais encontramos, anterior à conversão de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia, e se houve alguma, em grande medida se tratava de coisas sem importância. ... Depois de Constantino as coisas modificaram-se repentinamente. Entre os "cristãos, o "dia do Senhor" - o primeiro dia da semana - gradualmente tomou o lugar do sábado judaico." - Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.
Lemos na North British Review, vol. 18, pág. 409, a seguinte declaração: "O dia era o mesmo de seus vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso...
Se a autoridade da igreja deve ser passada por alto pelos protestantes, não vem ao caso; porque a oportunidade e a conveniência de ambos os lados constituem seguramente um argumento bastante forte para mudança cerimonial, como do simples dia da semana para observância do repouso e santa convocação do sábado judaico."
Um livro idôneo é Mysteries of Mithra, de Cumont. Nas páginas 167, 168 e 191 há valiosas informações confirmadas pela História e pela Arqueologia a respeito do mitraísmo. Poderíamos acrescentar dezenas de outros depoimentos, porém o espaço não o permite. Os citados, no entanto, provam à saciedade a tremenda influência do edito constantiniano em implantar definitivamente a guarda do primeiro dia da semana.
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