segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Chama Divina e o que aconteceu antes da Criação.

PARASHÁ BERESHIT - 5772 - Rosh Marcos Andrade Abrão
Congregação Judaico- Messiânica Adonai Shamah 
Recreio dos Bandeirantes - RJ


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MORAL: A única coisa que o mercado não vende!



 Por: The Times – 21 de março de 2009
 
As contínuas revelações sobre pensões e lucros excessivos, salários e bônus para pessoas no topo despertam em nós sentimentos pelo mais antigo dos esportes humanos: a busca de um bode expiatório. Porém elas deveriam nos levar a refletir mais profundamente sobre os valores da nossa cultura como um todo.

Com frequência, nesses últimos meses, eu me vi lembrando de uma das mais dolorosas conversas que já tive. Foi com um dos industriais mais importantes da Grã-Bretanha. Ele tinha levado sua empresa ao sucesso contínuo durante décadas. Quando o conheci ele tinha se aposentado e estava perto do fim da vida.
Quando as pessoas perdem todo o senso de honra e vergonha e não há nada que não façam se puderem sair impunes daquilo, nenhum regulamento pode nos salvar.Não era um homem religioso, mas tinha um profundo senso de moral. Falou sobre os princípios que o tinham guiado nos negócios e sobre o salário que tinha retirado. Não era desprezível, mas era modesto. O que o incomodava era que seu sucessor dava a si mesmo uma retirada dez vezes maior que a dele, enquanto destruía sistematicamente a empresa que ele construíra tão cuidadosamente.

Lembro-me de outra conversa que tive com um bem-sucedido banqueiro de investimentos. Ele contou-me que a primeira coisa que teve de estabelecer foi seu caráter, sua reputação de honestidade e confiabilidade. Sem isso, ele teria sido incapaz de negociar. Hoje em dia, disse ele, os negócios não dependem mais do caráter, mas dos advogados.

Comum a essas histórias é o desaparecimento gradual do conjunto de princípios que atendiam pelo nome de moralidade. Qualquer que seja a sua fonte – religião, consciência, costume ou código – significava que há certas coisas que você não faz porque não são feitas. Você não recompensa a si mesmo quando clientes, acionistas ou empregados estão sofrendo perdas. Você não se paga de maneira desproporcional àquela que paga os outros. Não tira vantagem do seu cargo apenas porque pode. Você é guiado, mesmo que não haja ninguém vendo, por um senso daquilo que é responsável e correto. Sem este código interiorizado de honra e confiança, nenhuma instituição pode ser mantida a longo prazo.

De alguma maneira, entre os anos 1960 e 1980, prevalecia a ideia de que podíamos passar sem o senso moral. Quem precisava daquilo? Nos anos 1960 pensávamos que o Estado cuidaria dos nossos problemas. Nos anos 1980 pensávamos que o mercado o faria. Restrições auto-impostas eram dispensadas como fora de moda e desmancha-prazeres. Ganância era algo bom. O sujeito que tivesse mais brinquedos quando morresse era o vencedor.

O resultado foi que começamos a perder nosso entendimento sobre a distinção vital entre o valor das coisas e seu preço. O exemplo-chave – no coração de todo o colapso financeiro – foi o mercado imobiliário. O valor de uma casa é ser um lar. É um abrigo, um porto seguro, espaço pessoal num mundo impessoal. Para muitos, é onde mantemos um casamento e construímos uma família. É onde o amor encontra sua habitação e seu nome.

A certo ponto no tempo, alguns começaram a pensar em casas não como lares, mas como investimentos de capital. Começaram a emprestar mais e a gastar mais. A construção de sociedades obrigava àquilo.

O preço das casas continuava subindo. Sua atração como investimento cresceu, e portanto o ciclo se auto-alimentava: preços cada vez mais altos, hipotecas ainda maiores, até que os preços das casas e os empréstimos perderam toda a conexão com a renda media e a sustentabilidade. Aqueles que apenas queriam uma casa não tiveram outra escolha exceto entrar no jogo, a um custo e risco muito altos. Os especuladores estavam convencidos de que tinham ficado ricos, mas em termos reais não tinham. O valor dos imóveis não tinha mudado sequer uma vírgula, porque valor não é a mesma coisa que preço.

Aquilo estava destinado a desabar, e quem pensasse a respeito, diria isso. O investidor Warren Buffet há muito chamava as hipotecas de “armas financeiras de destruição em massa” desde 2002. Naquela loucura coletiva, ninguém lhe deu ouvidos.

Após o colapso financeiro muitas perguntas estão sendo feitas. Deveria haver mais controle? Propriedade estatal das instituições financeiras? Chegamos ao final da economia de mercado? São boas perguntas, mas nem chegam perto do cerne da questão.

A economia de mercado tem gerado mais riqueza verdadeira, eliminado mais pobreza e liberado mais criatividade humana que qualquer outro sistema econômico. O problema não é o mercado, mas a ideia de que o mercado por si só é tudo que precisamos.

Os mercados não garantem igualdade, responsabilidade ou integridade. Eles podem maximizar o lucro a curto prazo ao custo da sustentabilidade a longo prazo. Não distribuem as recompensas com justiça. Não garantem a honestidade. Quando se trata de auto-interesse evidente, eles combinam a máxima tentação com a máxima oportunidade. Os mercados precisam de moral, e a moralidade não é feita pelos mercados.

A moralidade é feita por escolas, mídia, costume, tradição, líderes religiosos, modelos de moral e pela influência das pessoas. Porém quando a religião perde sua voz e a mídia idolatra o sucesso, quando certo e errado se tornam relativos e a moralidade é condenada como sendo “arbitrária”, quando as pessoas perdem todo o senso de honra e vergonha e não há nada que não façam se puderem sair impunes daquilo, nenhum regulamento pode nos salvar. As pessoas vencerão os reguladores, como fizeram pela securização, assim ninguém sabia quem devia o quê para quem.

A grande questão é: como aprenderemos a ser morais novamente? Os mercados foram feitos para nos servir; nós não fomos feitos para servir aos mercados. A economia precisa de ética. Os mercados não sobrevivem somente pelas forças de mercado. Eles dependem do respeito pelas pessoas afetadas pelas nossas decisões. Se perdermos isso, perdemos não apenas dinheiro e empregos, mas algo ainda mais significativo: liberdade, confiança e decência, as coisas que têm valor, não um preço.

Retirado: www.chabad.org.br

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O SIGNIFICADO DE YOM KIPUR


Yom Kipur ou Kippur é um dos dias mais importantes do judaísmo. No calendário hebreu começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de 25 horas e reza intensa. (Fonte: Wikipédia)
Após o pecado do bezerro de ouro, Moshê (Moisés) rezou e, no dia dez do mês hebraico de Tishrei, D'us concedeu pleno perdão ao povo judeu.
Yom Kipur é o Dia da Expiação, sobre o qual declara a Torá: "No décimo dia do sétimo mês afligirás tua alma e não trabalharás, pois neste dia, a expiação será feita para te purificar; perante D'us serás purificado de todos teus pecados."
Esclarecendo a natureza de Yom Kipur, o Rambam escreve: "É o dia de arrependimento para todos, para o indivíduo e para a comunidade; é o tempo do perdão para Israel. Por isso todos são obrigados a se arrepender e a confessar os erros em Yom Kipur."
            A expiação obtida através de Yom Kipur é muito mais elevada que aquela conseguida através do arrependimento, pois neste dia os judeus e D'us são apenas um. O judeu une-se com D'us para revelar um vínculo intocável pelo pecado, sem obstáculos.
            Teshuvá, o retorno do judeu ao bom caminho, não está restrito apenas a Yom Kipur. Há muitas outras épocas que são propícias para que isto ocorra, e na verdade, um judeu pode, e deve, ficar em estado de reflexão, alerta e arrependimento todos os dias do ano.

A obtenção do perdão
Os Rabis afirmam que a pessoa deve primeiro arrepender-se, e então obterá a expiação especial de Yom Kipur (que é infinitamente mais elevada que aquela conseguida apenas pela teshuvá).
Mas como Yom Kipur consegue isto? A expiação não é meramente a remissão da punição pelo pecado; significa também que a alma de um judeu é purificada das máculas causadas pelo pecado. Além disso, não apenas nenhuma impressão das transgressões permanece, como as transgressões são transformadas em méritos.
Que isto possa ser atingido através de teshuvá é compreensível; um judeu sente genuíno remorso pelas falhas cometidas erradicando o prazer que extraiu dos pecados.
Sua alma é então purificada. O próprio pecado deve ser visualizado como uma contribuição ao processo de teshuvá.
Uma transgressão separa a pessoa de D'us. O sentimento de ser afastado de D'us age como um lembrete para o retorno, para estabelecer um vínculo mais intenso com o Criador.
O que é a expiação obtida através de Yom Kipur? Se a expiação significa apenas a remissão da punição, seria compreensível que "o próprio dia" pudesse abolir a punição que de outra forma seria devida pelos pecados de alguém através do ano.
Mas a expiação, como dizemos, significa também a purificação das manchas da alma. Como pode "o próprio dia," sem a força transformadora de teshuvá, atingir este ponto?

Três níveis no vínculo de um judeu com D'us
O pecado afeta o vínculo de um judeu com D'us, e há três diferentes níveis neste vínculo:

1 – O relacionamento estabelecido por um judeu através do cumprimento das mitsvot: a aceitação do jugo celestial por parte do judeu e sua prontidão em seguir as diretivas de D'us estabelecem um vínculo entre ele próprio e D'us.

2 – Uma conexão íntima, mais profunda que a primeira. Como este vínculo transcende aquele forjado pela aquiescência com a vontade de D'us, permanece válido mesmo quando alguém transgride aquela vontade e por causa disso prejudica o primeiro nível do relacionamento, que a teshuvá tem o poder de purificar as manchas na alma, causadas pelo pecado – o que enfraqueceu o nível inferior da conexão.

3 – O vínculo unindo a essência de um judeu com a Essência de D'us. Isto não é restrito a nenhum vínculo, e transcende toda a expressão humana. Ao contrário dos dois anteriores, este relacionamento não pode ser produzido pelo serviço do homem a D'us, mesmo o serviço de teshuvá, pois as ações do homem, não importa quão elevadas, são inerentemente limitadas. Pelo contrário, este é um vínculo intrínseco à alma judaica, que é "uma parte do D'us acima" – e neste nível, o judeu e D'us são completamente um só.

Como este vínculo transcende todos os limites, não pode ser afetado pelas ações do homem. Assim como não pode ser produzido pelo serviço do homem a D'us, da mesma forma não pode ser prejudicado pela omissão do serviço ou através do pecado. Pecados e máculas não podem tocar este nível.

A unidade entre o judeu e D'us 

Em Yom Kipur, este vínculo entre a essência de um judeu e a Essência de D'us revela-se em cada judeu – e por isso todas as manchas em sua alma causadas pelos pecados são automaticamente removidas.
Esta é a diferença entre a expiação de Yom Kipur e aquela de qualquer outra época. Na última, o pecado causa manchas na alma, e por isso a pessoa deve trabalhar ativamente para conseguir a expiação – arrependendo-se, o que produz um relacionamento mais profundo entre o homem e D'us. A maior expiação de Yom Kipur, entretanto, vem com a revelação de um vínculo tão elevado que, em primeiro lugar, nenhuma mancha pode ocorrer.
Este conceito é expresso no serviço de Yom Kipur do Cohen gadol, o Sumo Sacerdote, que representava todo o judaísmo. Um dos momentos mais importantes daquele serviço era sua entrada no Santo dos Santos, sobre o qual a Torá diz: "Nenhum homem deve estar no Ohel Moed quando ele entra para fazer expiação." O Talmud comenta que isto se refere até mesmo aos anjos. Ninguém, homem ou anjo, poderia ficar no Santo dos Santos naquela hora, pois o serviço de Yom Kipur é a revelação da unidade essencial entre os judeus e seu Criador. Apenas o judeu e D'us estão lá – sozinhos.

Revelação da essência do judeu

Tal revelação é possível não apenas no Templo Sagrado, através do Cohen Gadol, mas para todo judeu em suas preces de Yom Kipur. Este é o único dia do ano que tem cinco serviços de prece, correspondendo aos cinco níveis da alma.
Na última prece do serviço, Ne'ilah, o quinto e mais elevado nível da alma é revelado, um nível que é a quintessência da alma. "Ne'ilah" significa "trancar", indicando que naquela hora os judeus estão trancados sozinhos com D'us. A essência de um judeu é mesclada e unida à essência de D'us.
Yom Kipur, então, é um dia no qual não existem fatores externos, quando apenas a essência do judeu espalha seu brilho.
Teshuvá pode erradicar o pecado e as manchas na alma; Yom Kipur transcende inteiramente o conceito de pecado e arrependimento – e por isso traz uma expiação mais elevada que em qualquer outra época.


(Fonte: Chabad)